Ana Carolina Braga Nogueira
Médica veterinária
formada pela Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC
Introdução
Apesar dos grandes progressos que a
Medicina Veterinária vem conquistando ao longo do tempo para a melhoria do bem
estar e da saúde animal, o tumor mamário canino (TMC) ainda é uma rotina dentro
da clínica médica e cirúrgica de pequenos animais, sendo responsável por
aproximadamente 52% de todos os tumores que afetam fêmeas da espécie canina
(QUEIROGA & LOPES, 2002). São identificados em ambos os sexos, sendo bem
mais freqüente em fêmeas, principalmente em animais de meia idade e idosos.
Além disso,o TMC é uma patologia mais comum em cadelas do que em outras
espécies (BOCARDO et al, 2008).
Alguns fatores contribuem para o
aparecimento dos tumores mamários, como a idade, histórico reprodutivo e a
influência de certos hormônios (NOGUEIRA & BRENTANI, 1996). Outras
predisposições ao TMC são as pseudoscieses e a administração de contraceptivos
ao longo da vida do animal (O’KEEFE, 1997).
A importância do estudo desta enfermidade
vem aumentando, já que a freqüência de relatos de casos é cada vez maior assim
como o interesse de utilizar o tratamento dessas lesões como modelo comparativo
para o tumor mamário em mulheres devido à similaridade de ambas as patologias
(SCHNEIDER, 1970; PELETEIRO,1994; DALECK et al., 1998).
Este artigo tem como objetivo instruir
proprietários de cães, especialmente de fêmeas, para medidas preventivas,
formas de diagnóstico e tratamentos do tumor mamário canino.
Revisão
de literatura
A cadela apresenta entre 4 a 6 pares de
glândulas mamárias, podendo variar de acordo com cada animal. Ao apresentar um
tumor, seja este benigno e/ou maligno, uma ou mais glândulas podem estar
envolvidas.
O tamanho dos tumores pode variar de 0,5
centímetros de diâmetro até mais de 15 centímetros, chegando, em alguns casos,
a progredir para ulcerações cutâneas ou reações mais severas de inflamação
(Figura 1).
Tumores benignos geralmente apresentam-se
menores que 3 centímetros, firmes à palpação e bem circunscrtitos. Já os
malignos possuem tamanho maior que 5 centímetros, bem aderentes aos tecidos,
provocando muitas vezes a ulceração cutânea. Em alguns casos, pode ocorrer
metástase, ou seja, a migração do tumor para outros órgãos, especialmente
pulmão e linfonodos, mas também pode acometer rins, fígado, baço, pele,
adrenais, encéfalo, olhos e esqueleto.
Fatores hormonais podem induzir o
surgimento do TMC, pois já foi comprovado que a ação da prolactina, do
estrógeno, progesterona, andrógenos e até hormônios tireoidianos circulantes em
excesso podem estimular e aumentar o número dos seus receptores, provocando um
descontrole hormonal (NOGUEIRA & BRENTANI, 1996).
Também foi relatado a predisposição
de tumores mamários em cadelas que apresentaram pseudosciese assim como aquelas
que receberam aplicações de contraceptivos durante a sua vida reprodutiva,
demonstrando, assim, a ação prejudicial destes fármacos geralmente utilizados
de forma negligente e sem orientação veterinária.
Estudos atualmente apontam a
ovariosalpingohisteretomia, ou seja, a castração de fêmeas como uma alternativa
para prevenir o aparecimento desta patologia. Isto porque como alguns hormônios
sexuais participam do desenvolvimento de tumores mamários, a cirurgia de
retirada dos ovários e tuba uterina inibe a secreção destes, diminuído
consideravelmente a incidência do TMC. Segundo DEL PINTOR et al.(2008), o risco
de desenvolvimento de tumor de mama em cadelas castradas antes do primeiro cio
é de 0,05%, aumentando para 8% em cadelas castradas antes do segundo cio e 26%
naquelas castradas após o segundo cio.
O diagnóstico baseia-se no exame físico e
no resultado histopatológico da biópsia. Além disso é importante a realização
de hemograma para uma avaliação geral das condições de saúde do animal e uma
radiografia torácica no intuito de investigar possíveis metástases.
O tratamento de eleição é a cirurgia para
a remoção dos nódulos, podendo esta ser curativa ou melhorar a qualidade de
vida do paciente. A seleção da técnica cirúrgica dependerá do número e da
localização do tumor, do estado clínico do animal, da preferência do cirurgião
e das características clínicas dos nódulos, tais como tamanho, aderência e
ulceração. É de suma importância a retirada de todo o tumor e parte dos tecidos
adjacentes, muitas vezes o cirurgião tendo que optar pela retirada de toda a
cadeia mamária.
Outras formas de tratamento menos
empregadas na clínica veterinária são a quimioterapia e a terapia hormonal,
porém devido aos poucos estudos realizados não é comprovada a eficácia destas
terapias.
O prognóistico do TMC varia de acordo com
as características do tumor, podendo apresentar-se de bom a reservado.
Geralmente, quando um tumor mamário é diagnosticado como maligno, o animal pode
apresentar mestástases mesmo após a realização da remoção cirúrgica da mama,
tendo uma sobrevida de 18 a 24 meses.
olá,ana carolina,apos essa cirurgia de retirada desses tumores,o animal pode sobreviver??
ResponderExcluiro meu cachorro e idoso e ta com um caroco grande no pescoço
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